Três meses depois de finalizada a campanha de crowdfunding do livro “Eu a ti, contava-te uma história”, heis que é altura de voltar à carga e ao trabalho neste projeto…
Local :: Porto, na minha casa desarrumada, na sala cheia de livros e canetas de cores e post-its em todas as paredes; em cima da secretária onde mora a plantação de cogumelos que a Carla me deu, o calendário que a Raquel fez, a cabeça de Buda que eu procurei quase 5 anos até encontrar e o metrónomo de corda que eu comprei por capricho e adoro. E onde é cliente habitual o copo grande na minha cor preferida de onde bebo água às goladas. Também há bolachas de gengibre – o pecadilho daquela loja sueca que diz que o Natal está a chegar em forma de florinhas açucaradas.
Em background :: O Sr. Carl Sagan abre a série “Cosmos” do início dos anos 80, depois de a sua Ann Druyan ter feito uma introdução comovente à reedição dos episódios.
Cheira a :: humidade; tenho uma fuga de água em casa. Que anti-climático.
Estado de espírito:: cansada, mas cheia de ideias. Resoluta.
O livro :: recebeu-me de braços abertos quando lhe voltei a pegar – embora na verdade eu nunca o tenha realmente deixado. Fiquei mais contente com as histórias e as personagens. Quando estava mais imersa na produção e escolha dos textos achava-os menos bons. Foi uma excelente sensação, tenho de confessar. Apesar de não ter sido completamente intencional, foi ótimo ter deixado o projeto de parte um bocadinho, para ganhar distância e perspetiva.
O processo :: esta semana reuni com a incrível Liliana Mendes (a mai linda designer de todó mundo); na próxima semana, dedico-me à busca da gráfica e trato das questões da revisão do texto. Tenho estado a magicar formas de estar mais em contacto com os leitores, em particular os crowdfundadores – e acho que já tenho umas ideias giras. Mas vamos indo e vamos vendo e ajustando e andando e fazendo caminho, cantando e rindo 🙂
Uma pequena coleção de momentos guardados em imagens ::
A meio de um dos primeiros brainstormings para esta fase do projeto, lembrei-me de pseudo-tatuar o nome da criança no meu braço. Já vi a coisa começar por menos!
Que privilégio o concerto deste domingo do Coro da Casa da Música. In-crí-vel. Arvo Part e mais alguns autores tendencialmente contemporâneos. Extraordinário. O coro, a capela, a cantar impecavelmente – e depois, a cereja no topo do bolo, ver a minha Anocas e a sua super mãe no final – a Anocas adorou o concerto, embora estivesse cansada de ter estado na véspera a dançar até às 2 da manhã num casamento. Diz que tem 8 anos e um tumor, esta miúda. In your face, tumor!
Uma homenagem excecionalmente bonita e sentida ao pequeno D., no dia em que fez um ano que ele partiu. Muito amor e saudade no Parque da cidade, no lançamento de tantos balões coloridos em sua memória. Recordar estes amores devia ser sempre assim: um encontro de amigos com uma coisa tão importante em comum, num final de tarde dourado em que sopre uma brisa no parque, lançando balões com mensagens bonitas.
Um avistamento de muitos no Porto (já viram esta moda??).