No ano passado desafiei-me a durante 30 dias trabalhar concentradamente 2 horas por dia na área da investigação. O desafio não foi especialmente bem sucedido embora me tenha ensinado muita coisa. Em novembro vou desafiar-me a pôr em prática de forma sistemática esta ideia, aproveitando o que aprendi no ano passado e mais algumas ideias que fui recolhendo pelo caminho.
Em agosto/setembro do ano passado, propus-me a passar um período de tempo por dia sem acesso a distratores com foco numa tarefa muito importante e não urgente, o tipo de coisas que acabam por mais diferença fazer a longo prazo – e que no meu caso é a investigação científica.
Foi uma experiência cheia de frustração e não considerei que tivesse sido bem sucedida no cômputo geral, não obstante ter aprendido muito.
As principais reflexões que fiz em termos do fracasso do desafio foram:
- A necessidade de um período de “aquecimento mental” antes de começar a trabalhar, tipicamente de cerca de meia hora
- sentir que estar focada num trabalho científico não era compatível com outras tarefas tipo responder a emails por ser demasiado absorvente e extenuante
- Sensação de extenuação intelectual logo no final da primeira semana
As estratégias que funcionaram bem foram:
- não desanimar só porque não vou poder terminar uma tarefa: tarefas incompletas são também úteis, na medida em que podem depois ser completadas
- alternar entre tipos de tarefa intelectual (conceptual e metodológica, por exemplo) – à semelhança daquilo que se faz no exercício físico, ir treinando “músculos” diferentes ajudou a não ficar com “lesões”
- Insistir na prática: ao final de algum tempo estamos habituados e passa a ser natural fazer o exercício
O que eu acho que estou a fazer de forma diferente e que poderá funcionar a meu favor desta vez:
- ter integrado a prática de exercício físico no meu quotidiano
- ter uma noção clara dos meus objetivos e tarefas a cumprir (para alguma coisa serviu o estudo intensivo do GTD!)
- Ter o tempo mais contado (o tempo que passo em casa não dá para trabalhar que o João não deixa) paradoxalmente acredito que funcionará a meu favor.
- a transição do fazer para o ser, resulta numa lógica de esforço para uma lógica de expressão pessoal, do sacríficio para o prazer em fazer: as coisas deixam de cansar e passam a ser energizantes.
- menor exigência comigo mesma – é importante temperar as expectativas e criar ideias realistas acerca daquilo que conseguimos fazer!
Até lá – e como em todos os desafios difíceis, vou fazendo uma tentativa menos rígida de implementar o hábito antes de começar o mês.
Se tiverem alguma estratégia para se manterem focados no trabalho, façam o favor de partilhar! 🙂